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Direita é maior que esquerda no Brasil, mas precisa se livrar do clientelismo

De acordo com o levantamento, 24% dos eleitores do país dizem ser de direita, enquanto menos da metade, 11%, posicionam-se à esquerda

Publicado em 15/05/2024 às 11:23
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Alguns especialistas em ciência política e sociologia, entrevistados pela Gazeta do Povo, estão analisando o recente avanço do pensamento conservador no Brasil. Uma pesquisa do Ipec, realizada em março, confirma esse avanço. Segundo esses especialistas, muitos brasileiros que se identificam como de direita ainda defendem ideias que são mais comumente associadas à esquerda, especialmente quando se trata do papel do governo na economia e na vida pública.

A pesquisa mostra que 24% dos eleitores se consideram de direita, enquanto apenas 11% se identificam como de esquerda. Além disso, 20% se veem como centristas, 25% como centro-direita e 11% como centro-esquerda (os restantes não sabem ou não responderam).

Somando os que se identificam como de direita com os de centro-direita, chega-se a 45% da população que, de alguma forma, apoia ideias conservadoras.

Porém, alguns especialistas observam um fenômeno que chamam de "conservadorismo clientelista", onde as pessoas podem não concordar com certas ideias progressistas, mas ainda querem que o Estado as auxilie com programas assistenciais. Isso cria um ciclo negativo em que o Estado não consegue fornecer serviços públicos de qualidade, apenas soluções temporárias.

Um outro aspecto é que parte da direita brasileira parece não valorizar princípios importantes do conservadorismo tradicional, como o incentivo à educação para transmitir valores culturais e a prudência política. Em vez disso, muitos valorizam apenas cursos que prometem benefícios profissionais imediatos e preferem líderes políticos que prometem mudanças rápidas, mesmo que arriscadas.

Alguns especialistas acreditam que a direita brasileira está se tornando mais unida e mais informada, o que pode diminuir sua dependência do sistema político tradicional. No entanto, há divisões dentro da esquerda entre os progressistas e os socialistas mais tradicionais.

Para as eleições futuras, tanto a esquerda quanto a direita precisarão se concentrar em conquistar o eleitor mediano, que representa uma grande parte da população. Enquanto a esquerda deve enfatizar sua agenda econômica e evitar excessos identitários, a direita pode se beneficiar de uma comunicação mais eficaz com a população.

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