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Volta às aulas traz a preocupação com a saúde mental dos alunos

Mayara Borges pede atenção aos pais sobre o aumento de depressão e transtornos de ansiedade que os filhos podem estar passando

Publicado em 15/02/2023 às 12:27
Atualizado em

Mayara Borges

Durante a pandemia o formato digital e híbrido no sistema de educação foi a opção para dar sequência ao ano letivo – uma solução que foi executada dentro das possibilidades de cada instituição e família, bem como de circunstâncias regionais e tecnológicas, o que trouxe uma queda na aprendizagem de forma geral e deixou uma lacuna enorme em suprir a função social do ambiente escolar em termos de socialização e desenvolvimento.

As crianças se acostumaram a estudar, brincar e se relacionar de outras formas nestes dois anos de distanciamento social, muito mais do que os adultos, justamente porque as crianças tem uma capacidade de aprendizagem acelerada muito maior, e com isso perderam ou deixaram de desenvolver muitas habilidades essenciais ao relacionamento interpessoal, que na sociedade atual tem seu lugar de aprendizagem justamente em âmbito escolar -, o lugar onde nossas crianças passam a maior parte dos seus dias.

O distanciamento trouxe a sensação de isolamento tão comuns ao homem pós moderno jovem, adulto e idoso, para uma fase onde em regra essa sensação não havia ainda se instalado: a infância. Nos pré-adolescentes e adolescentes o isolamento foi ainda mais nefasto, pois se uniu à vida digital e mudou totalmente os padrões de comportamento e aceitação que já são tão difíceis nessa época da vida. Em todas essas fases uma característica pode ser observada: a fragilidade emocional aumentou, gerando baixa tolerância a críticas e frustações, dificuldades de relacionamento e de inclusão social.

É essencial identificar esses novos padrões que se manifestem de forma nociva e construir soluções para apoiar a vida emocional dos nossos pequenos no retorno a escola. Pais, responsáveis e profissionais da área de educação, podem tomar ações para amenizar o impacto causado pela fragilidade emocional das crianças e adolescentes.

Como terapeuta, consigo garantir que o aumento de depressão e transtornos de ansiedade tem sido cada dia mais comum nos consultórios. A faixa etária para transtornos emocionais está cada vez mais precoce. E hoje posso sinalizar algumas opções simples e que irão trazer melhor comunicação entre pais, alunos e professores.

A primeira delas sem dúvidas é a participação ativa dos pais na rotina escolar: saber o nome do professor, estar ciente das matérias que o seu filho mais se identifica ou tem dificuldade. Perguntar como foi na escola - porém com real interesse - abrir o caderno, observar com frequência como tem sido o envolvimento dele com outros colegas, se tem novos amigos e se ele acha isso bom ou ruim. Isso traz ao aluno a visão do quanto é importante o processo escolar. Podendo ressignificar o novo ciclo presencial.

Segundo lugar, é saber que a defasagem na aprendizagem é uma realidade que afeta hoje a maior parte dos alunos, e desta forma evitar pressionar ou fazer comparações com irmãos ou outras pessoas que estiveram na mesma fase e tiveram melhor rendimento.

Uma terceira orientação importante é que estimulem a criatividade da criança, com atividades extra escolares. Exemplos simples e baratos: massa de modelar, desenho, pintura, canto, instrumentos musicais, participação nas atividades domésticas de forma a se sentir útil, como lavando alimentos e demais tarefas que possam ser executadas de acordo com a idade, em que os pais e responsáveis expressem valorizar a criança e o jovem. Quando estimulamos nossos pequenos a ter contato com o lúdico através da imaginação, estamos dando a oportunidade de eles criarem soluções criativas para situações cotidianas, através da neuroplasticidade.

E por último e não menos importante, o acompanhamento com profissionais da área emocional. Ao observar dificuldades, buscar uma avaliação da criança para que ele possa compreender se existe a necessidade de acompanhamento terapêutico para a readaptação ao ambiente socioeducativo.

Justamente por estar em desenvolvimento acelerado, maiores são as possibilidades de se recuperar do desgaste emocional e psicológico. A criança muda a sua linguagem de forma muito rápida; o que ama hoje já não faz sentido em poucos meses. E é exatamente esta a oportunidade que temos para alterar a realidade em relação a fragilidade emocional e fadiga social que se abateu sobre nossos filhos. Pais e responsáveis observem e acompanhem esta fase de perto! Esteja atento às alterações comportamentais, linguagem ou isolamento excessivo das crianças e jovens sob a sua responsabilidade. Procure ajuda terapêutica, e comunique a escola se não souber como interpretar ou buscar uma solução.

Eu sou Mayara borges, condutora emocional e terapeuta para humanos de 5 a 95 anos.


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