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falha no diagnóstico

Adolescente morre por febre maculosa; família denuncia erro médico

Pais alegam que diagnóstico incorreto levou à morte do filho em Sumaré

Publicado em 11/06/2024 às 16:50
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Jefferson e Ianca, pais do adolescente de 13 anos morto por febre maculosa, mas que foi tratado como dengue na rede municipal de saúde de Sumaré (Foto: Jorge Talmon/EPTV)

Uma família de Sumaré denunciou ao Ministério Público e à Câmara Municipal um possível erro médico na rede de saúde municipal, após a morte de Eduardo Brazilino de Queiroz, de 13 anos, por febre maculosa. Segundo os pais, os médicos trataram o caso apenas como dengue, apesar das informações fornecidas sobre uma picada de inseto na perna do adolescente e seus hábitos de frequentar áreas com mato e lagos.

A família morava no Jardim Conceição I, em Nova Veneza. Eduardo começou a apresentar sintomas em 8 de maio, que incluíam dores no corpo e febre alta persistente. Ele foi levado várias vezes à unidade de pronto atendimento de Sumaré, onde os médicos não consideraram a suspeita de febre maculosa, mesmo com a picada visível em sua perna. "A gente entrega a vida da criança na mão deles. A vida tá na mão deles. Eles têm que se preocupar com a vida do próximo. Ele escolheu a profissão", lamentou Jefferson Queiroz, pai de Eduardo.

A situação se agravou quando Eduardo começou a convulsionar no dia 14 de maio e foi transferido para o Hospital Estadual de Sumaré, onde faleceu no dia seguinte.



A prefeitura abriu uma sindicância para investigar o caso. O diretor médico de urgência e emergência de Sumaré, Helerson Castro, afirmou que o protocolo inclui tratamento imediato diante de suspeita de febre maculosa, pois o exame para detecção demora para sair.



A sindicância irá apurar se houve falhas no atendimento e se as informações fornecidas pelos pais foram devidamente consideradas.

Os pais de Eduardo esperam que a denúncia leve a mudanças nos protocolos de atendimento para evitar que outras famílias passem pelo mesmo sofrimento. "Não teve um dia que meu filho foi examinado. Não tinha teste de dengue, falavam que era assim mesmo, que era para tratar em casa e só voltar se tivesse algum foco de hemorragia", relatou Ianca Queiroz, mãe do adolescente.

Eduardo Brazilino Queiroz
Eduardo Brazilino Queiroz, de 13 anos, morreu por febre maculosa em Sumaré
(© Arquivo pessoal)

Helena Mazoni do Amaral, advogada da família, explicou que é possível buscar reparação na Justiça. "A gente pega esse prontuário, envia ao especialista, que vai fazer análise de viabilidade, se teve uma negligência ou não. A partir dessa análise, o advogado verifica se é viável entrar com uma ação indenizatória", explicou.

A família espera que o caso sirva de alerta para a importância de um diagnóstico preciso e de protocolos adequados no atendimento médico, especialmente em situações de emergência.

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